Coworking ganha cada vez mais força em Ribeirão
Sistema é saída para quem quer empreender na crise
O coworking é tendência para quem quer empreender. Nesse tipo de sistema, que tem o compartilhamento de espaço como base, uma empresa oferece toda infraestrutura para que empreendedores aluguem e utilizem o espaço.
Esse tipo de negócio, que teve início no Vale do Silício, na Califórnia, ganha força em Ribeirão Preto e pode ser uma alternativa para os novos empresários devido aos baixos custos, principalmente em um cenário de crise econômica.

Tarcisio Passos Filho, contador que aluga uma sala em um coworking, diz que o sistema foi “o melhor custo benefício para a abertura do meu escritório”.
Salete Flores de Almeida, diretora da Global Hub, empresa que oferece a estrutura de coworking, diz que está há quatro anos no mercado e, antes disso, foi feita uma pesquisa para ver se era viável investir aqui. “Procuramos uma cidade que fosse do interior e que pudesse absorver o sistema”, afirma.
Segundo ela, dentre as hipóteses de Taubaté e São José dos Campos, Ribeirão foi a escolhida por ser um polo de desenvolvimento.
Naomi Rodrigues, sócia proprietária da CoNéctar Coworking, também quis investir na área. Ela comenta que conheceu o sistema de empresas compartilhadas em São Paulo. “Após cinco meses, estávamos inaugurando a CoNéctar em Ribeirão”.

Promissor
O modelo de coworking é promissor tanto para as pessoas que desejam abrir uma empresa do ramo quanto para as que almejam alugar os espaços. Para os empresários, aumenta a possibilidade de negócio em um espaço compartilhado. O que o contador Tarcisio Passos Filho mais vislumbra do local é “o contato com as outras pessoas, com os outros empresários que no mesmo ambiente.”
Possibilidade de ampliar os negócios
Além da economia, a vantagem de empresas que atuam no coworking é a chance de crescimento dos negócios. Segundo Salete Flores de Almeida, diretora da Global Hub, a troca entre os empresários é diária, e cada um pode auxiliar os diferentes projetos, aumentando as possibilidades.”
Um exemplo disso é o caso dos desenvolvedores de software Valério Guimarães e José Augusto Costa Martins que se conheceram em um coworking de Ribeirão e, há pouco mais de um ano, passaram a trabalhar juntos. Segundo Valério Guimarães, “a partir de conversas, a gente viu que um completava o trabalho do outro”.
Guimarães e Martins ainda mantêm empresas diferentes, mas os dois passaram a trabalhar juntos. A demanda de serviços dos dois desenvolvedores de software cresceu e eles tiveram que sair do coworking para alugar uma sala comercial. Guimarães diz que, com essa necessidade de transferência de local, ele sentiu “diferença na interação com as pessoas e na administração da empresa que é um pouco mais complicada. Mas, por outro lado, há mais liberdade com os horários, uma vez que eles estavam inviabilizando alguns negócios”.
Naomi Rodrigues, da CoNéctar, diz que abriu sua empresa com o foco de “unir empreendedores para que eles cresçam juntos”. Com o intuito de conectar empresários, ela conta que ela organizou, no ano passado, o Soul Business Festival. “O objetivo de unir pessoas ligadas aos negócios sociais do país.”

Conceito
O escritório de arquitetura YTA aproveitou o crescimento da empresa e da necessidade de transferência de imóvel para alugar uma sala que permanecia ociosa.
Segundo Giovana Liserre, diretora da YTA, a empresa aproveitou que havia uma sala livre para realizar eventos do escritório de arquitetura e colocar pessoas e empresas que fossem de fora. Assim, ficou resolvido que o escritório iria utilizar a sala desocupada para locação a todo o tipo de atividade temporária para montar palestras e workshops”.
Assim, para Giovana, o aluguel da sala possibilita a ampliação da “rede de contatos e de novas oportunidades de negócio, o que beneficia a todos”.
ANÁLISE
Existe um perfil ideal
O sistema de coworking é vantajoso para os empreendedores que atuam como prestadores de serviço e que eventualmente recebem clientes. Assim, as empresas de coworking são viáveis para profissionais autônomos, consultores e firmas que prestam serviços para outras companhias. Além do baixo custo, o ponto fundamental a se destacar é que o empresário pode se dedicar exclusivamente à atividade principal do seu negócio, despreocupando-se com questões organizativas e de gerenciamento do local de trabalho. Porém, o empresário deve buscar uma empresa de coworking que esteja localizada em uma região viável para ele abrir o seu negócio e agendar com muita antecedência espaços para as reuniões. Além disso, é importante o empresário fazer um plano de negócios para ajudar na tomada de decisão.
Darcy Paulino Lucca Júnior
Consultor sênior do Sebrae SP
Fonte: Jornal A Cidade – http://www.jornalacidade.com.br/economia/economia_internaNOT.aspx?idnoticia=1139818